Eis como deve pensar, o Procurador: Suponhamos que um bandido qualquer resolva assaltar um cidadão, numa determinada noite. Ele está preparado para uma guerra, pois seu arsenal bélico é composto de facas e revólveres de vários calibres. Na calada da noite, está preparado para o pior, e eis que um incauto e inocente cidadão se aproxima, sem saber o destino que o aguarda. De repente, eis que o facínora surge à sua frente, lhe apontando uma arma. Ao que parece é um revolver calibre 22, arma de pequeno porte, mas bastante eficaz. O pacato cidadão se assusta e corre, mas o meliante descarrega sua arma e o atinge de morte. Então acontece o milagre, e ele cai mas não morre e fica agonizando no chão frio da madrugada. O assaltante não se abala, e corre em seu encalço, acertando-o com várias facadas mortais, tirando-lhe a vida. Pobre cidadão, seus pertences não agradam ao bandido, e então acontece o inesperado, ele tira da cinta a outra arma e a descarrega no peito do moribundo. Mais um flagrante da vida real. O bandido é preso e então entra em cena o nosso intrépido Procurador, como Advogado de acusação. O inquérito, por sua decisão, é fatiado em várias etapas acusatórias, pois as provas garantem que: Houve um assalto; Houve um assassinato com arma de pequeno calibre; Houve um assassinato com arma branca; Houve um assassinato com arma de grosso calibre. Houveram tantos julgamentos que o assaltante ficou entediado, e renunciou à vida errante que levava. Não seria mais simples, se ele fosse julgado por um único crime, englobando todos os demais? Vida longa para Michel Temer!!!
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